sábado, 20 de dezembro de 2008

Choveu...

Choveu. E faz frio. E depois nevoeiro. E o frio continua. E ainda não chegou o Inverno...
Nada parece alegrar dias assim. Fico nostálgico com este tempo, mirando o que se passa lá fora. Por acaso o movimento na rua é intenso. As pessoas, quais formigas no Verão, andam de loja em loja, preparando a semana que se segue e, dada a época festiva(?) que vivemos, o Natal que se avizinha. Enfim. Não é de facto uma época que me seduza. Já lá vai o tempo, quando eu era criança em que, nesta altura, andava ansioso para que chegasse a noite do dia 24 para abrir as prendas que iam aparecendo, às escondidas, lá em casa.
O Natal, que já perdeu o seu significado primitivo (religioso) representa hoje, e sobretudo, uma hipótese para os pais se tentarem redimir da pouca atenção que prestam aos filhos ao longo do ano; para as famílias, normalmente apartadas, se reunirem e, pelo menos numa noite, os seus membros fingirem que se dão todos bem, convivendo em harmonia à volta de uma mesa. A nossa sociedade está de tal forma endeusada à santíssima trindade sucesso/dinheiro/imagem que as coisas verdadeiramente importantes da vida como a amizade, o amor e o respeito estão pelas ruas da amargura. O que vale é que na época natalícia abre-se uma janelinha de oportunidade para que todos nós tentemos redimir-nos de um ano que se passou sem olharmos ao próximo. Dá mesmo jeito!
É enternecedor ver famosos e anónimos, com um sorriso na cara, no momento em que praticam a boa acção do ano, pensando com isso que "prontos, já fiz a minha parte, ajudei o banco alimentar dos esfomeados e dei uma esmola à associação dos paralíticos de ideias. Tou salvo!" Pois. Não é feito de forma sincera. É imposto pelo calendário. Por isso, com pouco valor. Tudo muito bonito mas demasiado concentrado no tempo (e penoso para a carteira).
Quem achar o contrário, está no seu direito, como é óbvio. Também não sou perfeito.
Não deixo votos natalícios porque, de facto, Natal deveria ser todos os dias, como diz a frase mais que estafada mas sempre pertinente.
E continua o frio. O Inverno está mesmo, mesmo a chegar. Brrr!

sábado, 8 de novembro de 2008

Veni, vedi, Vinci?

Pois é. O B. Obama ganhou as eleições. Sopram ventos de mudança na América dos Estados Unidos. Esperemos que o vento não fique preso dentro da cabeça das pessoas e que saia mesmo cá para fora e se materialize mesmo em mudança. E para melhor, claro!
Quem não vai libertar o vento que há dentro da sua cabeça, se até agora não conseguiu, é o nosso amigo WB. É e será um caso perdido.
Só espero é que com isto tudo, a Euribor continue a baixar e a minha prestação ao banco também. Essa é que é essa (mesmo!).
Sopra vento, sopra...

sábado, 4 de outubro de 2008

Gloria Sic Transit Mundi

Os acontecimentos das últimas semanas configuram um cenário que parecia residir apenas no campo da ficção: o fim da civilização, tal como a conhecemos hoje, baseada no consumismo exacerbado, devido ao colapso da economia mundial.
A crise de que se adivinham os contornos, e cujas ondas de choque ainda são imperceptíveis para a maioria de nós, leigos na matéria, poderá significar o fim do status quo vigente desde os anos 80 do século passado.
A superpotência EUA, que pôs e dispôs no xadrez mundial nas últimas décadas, perdeu o fulgor de outrora e está minada por dentro, sob o efeito de uma economia do faz de conta, altamente dependente do crédito externo.
Ao colapso da banca de investimento, motivada pela crise do segmento imobiliário de alto risco, vem agora associar-se a possibilidade do pacote de emergência aprovado pelo Congresso dos EUA, para salvar o sistema financeiro (cerca de 700 biliões de USD), e de outras potenciais medidas ulteriores terem como consequência a diminuição drástica das reservas do Tesouro norte-americano, tornando ainda mais díficil o serviço da dívida relativo ao crédito obtido junto dos bancos centrais de países como a Arábia Saudita, Alemanha e Japão. Este último facto é pouco conhecido. Assim como a declaração de um alto responsável norte-americano de que os EUA perderão a capacidade de honrar o serviço da dívida após 2009. Os bancos centrais credores tem mantido uma atitude colaborante com os EUA, no sentido de camuflar a fragilidade do Tesouro norte-americano. O problema é que estão, igualmente, a ficar sem liquidez. Já existe pouca capacidade de crédito disponível e os bancos credores estão a pressionar fortemente para serem reembolsados. Adivinha-se, por isso, um efeito dómino de colapso económico mundial, caso os EUA deixem de pagar o que devem. E isso pode perfeitamente vir a suceder.

As consequências sociais, com a concretização de tal cenário serão, obviamente, duras.

A civilização do consumo terá os seus dias contados e o seu fim será violento, à semelhança de outras civilizações que a precederam. Não tenhamos ilusões quanto a uma transição pacífica. Esperemos apenas que a vindoura seja baseada no respeito pelo próximo.

E chega de augúrios!

terça-feira, 30 de setembro de 2008

Vale a Pena?

É a pergunta que ocorre à maioria das pessoas quando se deparam com uma situação aborrecida ou com um obstáculo que parece difícil de ultrapassar. Eu próprio me deparo com este dilema, por vezes.
Vale a pena levantar da cama e sair de casa, todos os dias?
Vale a pena fazer parte dos movimentos pendulares diários, das cercanias para o centro?
Vale a pena ficar em casa e não sair?
Vale a pena aguentar um emprego chato e sem perspectivas de evolução e, mais tarde, ter uma reforma miserável?
Vale a pena ter um emprego bem remunerado e depois não ter tempo para mais nada?
Vale a pena amar filhos, mulher, marido, pai, mãe, avô, avó, tios e primos, quando o amor pode ser ingrato?
Vale a pena não conviver com a família e perder o seu apoio?
Vale a pena ter dinheiro, ter um bom carro e uma boa casa e não ser amado?
Vale a pena manter uma amizade se, mais cedo ou mais tarde, podemos nos sentir traídos?
Vale a pena trair uma amizade e quando mais tarde precisarmos de um ombro para desabafar, ninguém está presente?
Vale a pena sonhar e ter objectivos de vida para depois nos sentirmos frustrados, quando nos passam ao lado as oportunidades para os concretizar?
Vale a pena agarrar uma oportunidade quando esta surge?
Vale a pena ficar quieto a um canto e passar despercebido?
As interrogações podem variar muito e não há consenso em termos do que vale a pena ou não. Depende de cada um de nós. Somos humanos, embora muitos talvez já não se lembrem o que é ser humano.

Para mim, a questão fundamental, e em última instância a que nos devemos colocar sempre, é apenas uma: vale a pena viver?


A resposta é..... cada um sabe de si!


quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Os Invisíveis

(Reflexão do dia:)

Onde andamos todos? Não sabemos. Perdidos!


O que fazemos todos? Tentamo-nos perder ainda mais!


O que pensamos todos? Nada em concreto, tudo errado em particular!


Para onde vamos todos? Perto do fim, saberemos!


Algum dia o todo seremos nós todos? O vazio é imenso!


Ou continuaremos a nada ser....todos!? O ciclo é infinito.


(Hoje apeteceu-me ser um pouco hermético...)





domingo, 10 de agosto de 2008

Silly Season, ou melhor, Estação Pateta


O Verão é a estação pateta por excelência. Pateta no sentido em que a sociedade, à medida que o calor aperta, a roupa diminui e o pensamento crítico fica entorpecido, os aspectos mais irrelevantes da vida em sociedade, durante um ano inteiro, ganham extrema relevância nesta época.
O mês de Agosto é o mês pateta por excelência. De facto, é uma pausa na vida "séria" em sociedade. Como ainda a maioria dos tugas goza férias neste mês (eu, felizmente, já me deixei disso há muitos anos), o Agosto representa uma pausa para recuperar energias e preparar para os desafios que virão a partir de Setembro, esse sim o primeiro mês sério do ano. Desenganem-se os que pensavam que era Janeiro. Nada disso. É em Setembro que, cheios de pujança e vigor mental, os tugas em geral iniciam o ano e regressam aos seus afazeres com uma capacidade acrescida para fazer aquilo que melhor sabem: desenrascar-se! Portanto, e até lá, aproveitemos esta pausa.

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

Junto ao mar

Observar o mar e sentir a brisa maritima a envolver o corpo é uma sensação maravilhosa, higiénica quer fisicamente quer espiritualmente. Ficamos em paz com o mundo. A ilustração ao lado reflecte esta ideia, espero eu. Tirando o pormenor do cigarrro (não fumo), poderia dizer que sou eu numa falésia qualquer da nossa costa, simplesmente a contemplar o horizonte, pleno de serenidade.

O nosso Portugal ainda permite fazer isto. Há que aproveitá-lo e, muito importante, preservá-lo.

terça-feira, 29 de julho de 2008

Sad Old Red

Os sem abrigo são, uma presença habitual nas ruas das grandes cidades (infelizmente). Lisboa não é excepção. Para elaborar este desenho, baseei-me na memória de um pedinte que vi uma vez, há uma dezena de anos, numa das entradas da estação de metro de Entrecampos. Ele estava acompanhado por um cão, com aspecto tão miserável quanto o dele. Confesso que faço parte da grande maioria da população que todos os dias passa ao lado desta realidade, sem nada fazer para ajudar ou minorar o sofrimento de quem por qualquer motivo passou a viver na rua, sem nada de seu a não ser uns trapos como vestimenta e falta de perspectivas de uma vida digna como horizonte. Por vezes, dou uma moeda quando abordado por um pedido mais atrevido (ou mais tocante). Mas este gesto é insignificante. Uma gotita no oceano.
São humanos como todos nós e, no entanto, estão tão longe que se tornam invisíveis para as pessoas ditas normais e civilizadas.

sexta-feira, 25 de julho de 2008


Hoje não me apetece dizer nada. Pronto! Já disse....
Não há nada como dizer absolutamente nada que faça sentido. Nada vezes nada é nada.
Mas quero crer que se o nada nada significa ou representa então consigo escrever um post vazio de sentido mas cheio de nada. E o pior é que não sou o único a fazê-lo. Eu, pelo menos, sou inofensivo, a escrever num blogue perdido no meio de milhões, insignificante como tal.
Mas há outros que o fazem em lugares importantes....talvez demasiado importantes para se fazer nadinha de nada.
E fico por aqui, no meu cantinho insignificante.